A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, (OAB), seccional Mato Grosso, Gisela Cardoso, se encontrou em Brasília com a procuradora Gabriela Samadello, 39, agredida pelo colega de trabalho e também procurador Demétrios de Macedo.
“Tive a oportunidade de conversar com ela sobre esse fato [agressão sofrida no trabalho]. E é interessante porque a gente consegue visualizar geralmente quando parte para violência física”, disse. Gabriela foi agredida com socos e chutes em uma sala onde trabalha dentro da prefeitura de Registro, interior de São Paulo. O caso ganhou repercussão nacional e o acusado preso.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real (Canal 10.1), Gisela citou o caso para falar sobre o evento de lançamento da campanha contra o assédio no exercício da advocacia, promovido pelo Conselho Federal da OAB.
Segundo ela, episódios como o de Gabriela estão ligados à competitividade e a não aceitação de uma mulher como chefe. “Pela conversa que eu tive com ela, foi exatamente nesse contexto que aquela violência absurda aconteceu”.
Ainda de acordo com a advogada, as mulheres têm alcançado cada vez mais espaço no mercado de trabalho e em cargos de poder, ocupados majoritariamente por homens, porém o ambiente ainda é de muita tensão.
O evento da OAB, por sua vez, tem como objetivo chamar a atenção da advocacia e também da sociedade para fazer com que as pessoas e as mulheres, que são as maiores vítimas de assédio, consigam identificar quando são vítimas de abuso no ambiente de trabalho.
Exposição e cobrança excessiva são alguns dos exemplos listados pela chefe da OAB. “Aquela cobrança desnecessária injustificada, a advogada que não consegue mais acesso aos seus instrumentos de trabalho, que tem retirado ou que tem colocado uma carga excessiva de trabalho. Isso tudo pode configurar o assédio moral”, diz.
“O assédio se configura com reiteradas ações, num primeiro tempo você não consegue identificar”, finaliza.
Fonte: www.gazetadigital.com.br