Acordo entre grupo e Justiça do trabalho garante acesso a cursos

Em uma iniciativa pioneira voltada para a promoção da diversidade e inclusão racial, o Coletivo de Herdeiras do Quariterê assinou na última quinta-feira (20) uma parceria significativa com o Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT). O acordo visa proporcionar acesso às pessoas negras aos cursos oferecidos pela Escola Judicial do Tribunal, preparando-as para ingressarem na magistratura.

O principal objetivo dessa colaboração é aumentar a representatividade negra dentro do sistema judiciário, oferecendo oportunidades educacionais e de formação para que pessoas negras possam se qualificar e competir em condições mais equitativas nos processos seletivos para cargos de magistrados.

A assinatura do acordo reforça o compromisso do TRT/MT com a diversidade e a inclusão, alinhando-se às políticas de promoção de igualdade racial e combate ao racismo institucional. A presidente do Tribunal, em seu discurso durante a cerimônia de assinatura, destacou a importância de iniciativas como esta para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

“Esta parceria é um marco na luta pela igualdade de oportunidades. É fundamental que todas as pessoas, independentemente de sua raça, tenham acesso às mesmas chances de crescimento e desenvolvimento profissional”, afirmou a desembargadora e presidente do TRT-MT, Adenir Carruesco.

A cerimônia de assinatura contou com a presença de Gilda Portella Rocha, diretora-executiva que representou a presidente do Coletivo de Mulheres Negras Herdeiras do Quariterê, Silviane Ramos Lopes da Silva. Em sua companhia estava a mestre e membro do coletivo, Júlia Café. Também participaram como ativistas da luta antirracista e membros do Centro Espírita Nossa Senhora do Carmo, Giulianna Altimari e Dionildo Campos.

Segundo Gilda Portella, a assinatura desse acordo possibilita que outras portas sejam abertas, que as mulheres negras se inspirem na desembargadora Adenir e que assim, mais mulheres negras possam ocupar outros espaços de poder.

Silviane Ramos, presidente do Coletivo de Herdeiras do Quariterê, destacou a relevância desta parceria para a luta antirracista: “O TRT, parceiro na luta antirracista, celebra institucionalmente essa parceria com o Coletivo Herdeiras do Quariterê. Estamos muito entusiasmadas com essa colaboração, que representa um passo importante na luta contra a desigualdade racial no Brasil, especialmente em um campo tão crucial como o da Justiça”.

Julia Café, mestre e membro do Coletivo de Herdeiras do Quariterê, enfatizou a importância do acordo: “O acordo representa um passo significativo rumo à promoção da diversidade e inclusão na magistratura. A capacitação de pessoas negras abre portas e oportunidades para que elas ingressem nesse campo tão importante. O acordo contribui não apenas para a representatividade, mas também para a justiça e equidade dentro do sistema judicial”.

Dionildo Campos, ativista da luta antirracista e membro do Centro Espírita Nossa Senhora do Carmo, expressou sua satisfação com a parceria: “Momento feliz, quando o TRT-23, em acordo de cooperação, abre-se para acolher e apoiar candidatas negras à magistratura trabalhista, oportunizando a verticalização da comunidade negra, tão esquecida, no apagamento histórico, que agora é revisto. Um momento feliz e histórico”.

O Coletivo de Herdeiras do Quariterê, conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos das mulheres negras e pela valorização da história e cultura afro-brasileira, vê nesta parceria uma oportunidade de transformar vidas e abrir portas para muitas pessoas negras que desejam seguir a carreira na magistratura.

Cursos Oferecidos

Os cursos da Escola Judicial do TRT/MT são amplos e abrangem diversas áreas do direito, além de oferecerem capacitação específica para os desafios enfrentados pelos magistrados no exercício de suas funções. A parceria garantirá que as pessoas negras tenham acesso a esses recursos educacionais, aumentando suas chances de sucesso nos concursos públicos.

A parceria entre o Coletivo de Herdeiras do Quariterê e o Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso marca um avanço significativo na busca pela equidade racial no Judiciário brasileiro. Espera-se que essa iniciativa inspire outras instituições a adotarem medidas semelhantes, promovendo uma Justiça mais representativa e inclusiva para todos.

Fonte: GAZETA DIGITAL

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