Num cantinho do centro histórico de Cuiabá, capital mato-grossense de 302 anos, está localizada a Casa das Pretas, espaço cultural mantido pelo Imune (Instituto de Mulheres Negras). A velha e reformada casa centenária fica na Praça da Mandioca, reduto cultural e boêmio dos cuiabanos, que séculos antes mantinha um pelourinho onde os escravizados recebiam cruéis punições.
Décadas antes da abolição, aquele lugar já era de resistência negra e passou, com bairros vizinhos como o Araés, Baú, e Quilombo, a compor um complexo que abrigavam quilombolas urbanos. Assim, o simbólico lugar foi escolhido pelo Imune, que vai completar 20 anos de fundação, para abrigar a sua Casa das Pretas. O espaço é de acolhimento e mantém atividades culturais permanentes, além de oficinas diversas.
Ali o visitante irá encontrar a Afroteca Carolina Maria de Jesus e salas em que se aprende o artesanato, a confecção de bijuterias e bonecas negras; oficinas de corte e costura; um belo salão de beleza que ensina a variedade de tranças e penteados afros; um quintal onde são realizadas festas e encontros artísticos e culturais; e um espaço para exposições. No final da semana que passou, o Expresso 61 visitou a Casa e estava lá uma exposição de orixás e outros elementos das religiões de matriz africana e ameríndia: o candomblé e a umbanda.
Na série de vídeos que você vai assistir abaixo apresentamos os diversos espaços da Casa das Pretas e temos uma entrevista com a professora Nieta Costa, fundadora do Imune e presidente do centro cultural, que explica como ele funciona, e a história do instituto.