‘Estão sem emprego, sem cooperativa ou acesso a trabalho’, diz Maysa sobre catadores

Catadores de materiais recicláveis ocuparam parte dos corredores da Câmara de Vereadores de Cuiabá durante a sessão desta quinta-feira (15) cobrando soluções para a situação que enfrentam desde que o antigo aterro sanitário foi desativado. Os trabalhadores alegam que estão sem renda e desde então e cobram o poder público para a consolidação de uma cooperativa que foi prometida pela prefeitura.

“Esses catadores foram retirados do lixão, eles receberam durante dois anos uma indenização por serviços prestados e o município de Cuiabá tinha um compromisso de entregar uma cooperativa para que eles pudessem trabalhar. O município não entregou a cooperativa, a verba rescisória deles, a indenização acabou em março e eles estão sem emprego, sem cooperativa, sem acesso ao trabalho, passando fome e sendo despejados. Hoje eles vieram aqui pedir socorro”, declarou a vereadora Maysa Leão (Republicanos), que tem feito mediação com a categoria.

Embora o aterro tenha sido desativado na gestão passada, do ex-prefeito Emanuel Pinheiro, em 2022, a vereadora cobra atual gestão do Executivo municipal deve priorizar a pauta, dada a importância do serviço que era prestado pelos trabalhadores e que evitava que o Rio Cuiabá e córregos fossem poluídos com os materiais. Contudo cobra que a cooperativa prometida seja criada para dar mais dignidade à atuação dos profissionais.

A vereadora informou que mais de 300 famílias foram diretamente afetadas pelo fechamento do lixão, que funcionava há quase 3 décadas. Ela ainda cobra que um auxílio de renda solidária seja proposto em conversa com o secretário da Limpurb, Felipe Wellaton e com o prefeito da capital, Abilio Brunini (PL), para que os trabalhadores não fiquem desamparados.

“Esse projeto não pode partir de mim, como vereadora. Então, a gente pediu para o prefeito Abilio Brunini para que pense uma forma de enviar para nós um projeto Renda Solidária 4, que seja mais seis meses de auxílio para essas famílias e ver um prazo, um local para a entrega do barracão”, afirmou.

Denominada Coopervida, a cooperativa necessidade de sede e equipamentos para que os trabalhadores executem suas atividades. Foi informado pela assessoria da vereadora que Ministério Público, Defensoria Pública, UFMT e os próprios catadores cumpriram o que foi acordado, com capacitações, reuniões técnicas e estruturação jurídica da cooperativa.

Segundo ela, a solução final depende apenas da ação do Executivo: “O projeto está pronto e nas mãos do secretário Marcelo Bussiki. Falta a formalização do novo comitê interinstitucional para viabilizar os trabalhos de acompanhamento e fiscalização da entrega da estrutura.”

Na sequência, o prefeito Abílio Brunini, chegou a Casa de Leis e esteve com os trabalhadores e com a vereadora para dialogar o tema e informou que deve avaliar a situação e estudar quais medidas devem ser tomadas. Contudo, não estabeleceu se um novo auxílio deve ser pago, dado que os afetados já receberam por dois anos essa renda.

“Eu pretendo ver com o Marcelo bussiki o que a gente tem dentro do processo e quais medidas mitigadoras que faltam ser realizadas, entrar em contato com a promotora para saber qual a pretensão desse processo do Ministério Público, verificar quais contrapartidas deveriam ter sido realizadas, e verificar que medidas deveriam apontar. O que não fizemos, aí cabe a uma avaliação de recompor um comitê”, declarou.

Fonte: Gazeta Digital

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