Janaina Riva: É uma frustração como mulher ficar fora da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa

A deputada estadual Janaina Riva (MDB) lamentou ter ficado de fora da chapa única apresentada para a disputa da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Até a segunda-feira (05), o nome dela era o mais forte na disputa pela Primeira-Secretaria da Casa, responsável entre outras coisas pela administração do orçamento do Legislativo estadual. Contudo, após pressões do Governo do Estado, que tentava emplacar o nome do deputado estadual Beto Dois a Um (União) no cargo, ela recuou da candidatura, permitindo que o seu partido ficasse com o posto, sendo substituída pelo deputado Doutor João (MDB).

“Que houve pressão externa, com certeza houve. Quem diretamente fez… eu tô igual a vocês [da imprensa], só ouvi falar. Mas eu sabia que essa eleição só não seria minha se ela fosse tomada, e tomada ela foi”, declarou em conversa com a imprensa antes do início da sessão ordinária desta quarta-feira (07).

“É uma frustração como mulher, gostaria muito. Não sei se nós teremos, mas vamos trabalhar para ter mais mulheres na próxima legislatura. Eu não devo estar aqui na Assembleia, isso já tomei como uma decisão, mas eu espero que venham outras mulheres. Mas a mensagem que a Mesa Diretora passa sem uma mulher na Mesa eu acho muito ruim porque em toda campanha todo mundo fica dizendo que a mulher é maravilhosa, que a mulher tem que ocupar espaço. Na hora da tomada de decisão a mulher é preterida”, acrescentou.

Apesar de não esconder que ficou desapontada por ter ficado de fora da Mesa Diretora, Janaina disse que não se vê como vítima e indiretamente criticou os parlamentares que optaram por não priorizar o que ela chama de independência da Assembleia Legislativa.

“Eu não me sinto vítima. Eu sou muito forte para ser uma vítima. Eu enfrentei uma pedreira, disputei com o deputado Beto e nós conseguimos vencer, nós disputamos com o Dilmar e continuamos na liderança. Agora, chega um ponto que a pressão é tamanha que eu, como uma deputada dentro desse colegiado, não consigo segurar. Eu não acho que a culpa é do governo. Nós somos em 24 e cada um é dono das suas decisões”, afirmou.

“No meu caso, por exemplo, está para nascer o homem ou mulher que manda no meu voto. Agora, aqueles que se sujeitam a esse tipo de interferência é mais, como disse o Barranco, um dilema para a Assembleia internamente, dos colegas que cedem a esse tipo de pressão tendo uma convicção de que um projeto para a Assembleia seria interessante um projeto de independência do que para o próprio governo”, acrescentou.

Janaina lembrou que por diversas vezes conversou com os colegas deputados sobre a necessidade de uma mulher ocupar um dos dois principais cargos da Assembleia, a Primeira-Secretaria e a Presidência, mas citou uma “pressão externa”, mas ressaltou que a palavra final é dos deputados estaduais.

“Não é fácil. Mais difícil ainda para a mulher, que temos que conciliar com a nossa maternidade, com a nossa casa, com o nosso marido. Eu não tive férias esse ano, deixei meus filhos com meu marido ir para as férias e fiquei aqui, me dediquei, fiz várias reuniões, mas reconheço que não consegui vencer essas eleições como eu gostaria”, afirmou a deputada.

Janaina ainda direcionou algumas palavras ao colega de partido, Doutor João, a quem atribuiu o “jogo mais limpo” no processo eleitoral, destacando sua “integridade” e “honestidade”. Por fim, voltou a pontuar a independência da sua atividade parlamentar.

“O meu voto, diferente de alguns, ele não tem dono. O dono do meu voto sou eu mesma, a minha convicção e aqueles que votaram em mim”, concluiu.

Fonte: Repórter MT

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