Juíza considera possibilidade de crime mais grave e mantém preso advogado que tentou matar mulher

Juíza da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa manteve a prisão preventiva de Nauder Júnior Alves Andrade, denunciado por tentar matar a namorada, Emily Tenório de Medeiros, com golpes de barra de ferro, em Cuiabá. A magistrada considerou o risco de voltar a agredi-la ou cometer algo mais grave.

A defesa apresentou resposta à acusação pedindo a rejeição da denúncia sobre o crime de ameaça e ainda requereu a revogação da prisão preventiva, alegando que não estão presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva.

Em sua manifestação o Ministério Público afirmou que os argumentos da defesa são questões que se confundem com o mérito, ou seja, o assunto principal do processo, que deve ser analisado na instrução processual. Também pediu a rejeição do pedido de revogação da prisão.

A magistrada concordou com o argumento do MP, pontuando que as alegações da defesa de Nauder se confundem com o mérito, e determinou o prosseguimento da ação.

Ela ainda destacou que os requisitos para a manutenção da prisão ainda estão presentes e não houve novos fatos que justificassem a revogação. Ela citou o parecer do profissional que atendeu Emily em sua oitiva, que pontuou que “em caso de novo surto, ele pode sim vir atrás dela mesmo com as medidas protetivas, mesmo sabendo dos riscos legais, pois o mesmo é advogado”.

“Se colocado em liberdade poderá reiterar na conduta criminosa, inclusive podendo cometer crime muito mais grave ou ainda, evadir-se do distrito da culpa, inclusive, após a suposta prática do delito em comento, o autuado internou-se em uma clínica de reabilitação na cidade de Chapada dos Guimarães/MT, sendo certo que, no caso dos autos, a aplicação de medidas diversas da prisão, por ora, não se mostra suficiente para conter o espírito infrator do custodiado”, decidiu.

Com isso a prisão foi mantida e a juíza marcou audiência de instrução e julgamento para o dia 23 de outubro de 2023, para oitiva da vítima, testemunhas e interrogatório do acusado.

O caso

Consta nos autos que a vítima relatou à polícia que o relacionamento entre ela e Nauder era conturbado. Ela contou que na madrugada do dia 18 de agosto, após ter feito uso de cocaína, Nauder tentou manter relações sexuais com ela, mas diante da recusa, iniciou a discussão e depois agressões físicas.

Suspeito teria, inclusive, usado uma barra de ferro. A mulher chegou a ficar desacordada em alguns momentos, após ser brutalmente agredida pelo advogado. Ela conseguiu sair da casa, no Bairro Morada do Ouro, e conseguiu pedir ajuda na portaria de um condomínio.

Fonte: Gazeta Digital

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