Mulheres contam como ossinhos salvam alimentação da família

Pelo menos 400 pessoas seguem sendo atendidas, semanalmente, com doações de ossinhos, no bairro CPA 3, em Cuiabá. A ajuda, embora ocorra há cerca de 10 anos, ganhou repercussão nacional há 2 anos, no pico da pandemia contra a covid, período em que aumentou o número de pessoas com dificuldades financeiras.

Com 10 anos de portas abertas em Cuiabá, o açougue Atacadão da Carne, localizado no bairro CPA 3, virou um grande símbolo de solidariedade.

As doações dos ossinhos acontecem 2 vezes por semana, todas as segundas e quintas-feiras. As entregas são realizadas por funcionários do açougue, que ficam à disposição desde às 05h40, para que as pessoas não sofram na fila com sol ou chuva.

A proprietária Samara Rodrigues contou ao GD que sua trajetória de ajudar as pessoas completa 24 anos em outubro de 2022. Em Cuiabá, começou em 2012, quando o comércio abriu as portas no bairro CPA 3.

“Eu sempre realizei doações em meu comércio, não é de hoje, porém a repercussão ocorreu após um cliente filmar a ação, que acabou viralizando nas redes sociais e tomou uma proporção gigantesca”, explicou.

A empresária disse ainda que, após a ação se tornar pública, teve muitos problemas com golpes, mas ainda assim não desanimou e continuou realizando as doações.

“Usaram minha imagem e meu nome para criarem vakinhas online dizendo que ajudariam aqui, tive dor de cabeça na Justiça, mas meu Deus é meu advogado e tudo no fim deu certo, eu não precisei parar de ajudar. Deus seja louvado por isso” pontuou.

Dona Ana Lúcia Costa Rodrigues, 71 anos, já é antiga nas filas dos ossinhos. Ela sempre vai ao local para garantir a mistura para complementar a alimentação dela e do filho que possui deficiência.

“Antigamente vínhamos rápido, não tinha fila, mas depois da pandemia aumentou muita gente. Mas eu sempre venho toda semana, na segunda e na quinta, porque a situação não está dando, tá muito difícil. Então venho sempre garantir os ossinhos para complementar com mandioca e fazer caldo com farinha, para mim e meu filho, que sofreu acidente e perdeu metade da massa encefálica”, disse emocionada.

Em meio à fila, Monique Nascimento, 33 anos, mãe de 3 filhos, assegura o complemento da alimentação, isso já tem dois anos.

“Eu não sabia das doações, fiquei sabendo pela televisão e vim. Hoje venho toda semana, tenho 3 filhos e estou desempregada,  essas doações me ajudam a alimentar minha família, faço os ossinhos no feijão com bastante caldo e fica uma delícia”, contou.

” Sempre ajudei e pretendo continuar por toda minha vida. Os que vieram até aqui nunca saíram sem nada”, concluiu a empresária, que faz as doações.

Fonte: www.gazetadigital.com.br

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