A vereadora Maysa Leão (Republicanos) presidiu nesta sexta (24.11) uma audiência pública com o tema ‘Órfãos do feminicídio’. Evento que faz parte do Movimento Conecta 21, que propõe uma agenda de atividades de conscientização da urgência da luta pela erradicação da violência contra a mulher. Autoridades do poder público, judiciário e a sociedade civil estiveram presentes na reunião.
“Hoje nós atuamos tentando compreender e mitigar o que acontece no ciclo da violência doméstica, olhar os órfãos do feminicídio é olhar o pós-violência, que muitas vezes é negligenciado”, relata a vereadora Maysa Leão à imprensa. Segundo Maysa, é necessário também olhar a pré-violência e os sinais de agressões que muitas vezes se passam despercebidos.
Para a defensora pública do Estado de Mato Grosso, Rosana Leite, que é presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, esta audiência pública é importante para fomentar o debate em torno dos órfãos do feminicídio’. “Se você olhar os dados do IPEA, verá que 98% das pessoas conhecem a lei Maria da Penha, mesmo assim, o impacto do índice da violência é muito triste”, relatou a defensora.
Durante a audiência, o procurador do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), Dr° Paulo Prado, chamou a atenção para os órfãos de feminicídio após a maioridade, visto que os mesmos têm complicações significativas devido ao trauma vivido. Ele também apontou sobre o estigma do termo feminicídio, onde muitos ainda têm preconceito com o tema. E que a luta contra essa violência não é de nenhuma corrente ideológico-partidária.
Já o Dr° Thiago Afonso, promotor do MPMT, utilizou a Tribuna da audiência pública para relatar o trabalho do MP no combate à violência doméstica. O Dr° Thiago destacou a atuação da 5° promotoria (com 9 promotores),do espaço de valorização da vida que atua na prevenção da violência, do grupo reflexivo para homens e do acolhimento das mulheres vítimas no espaço Caliandra.
Elis Regina, subsecretária da mulher de Cuiabá, também esteve presente na audiência. A representante do Executivo acredita que o movimento deve ser apartidário, pois é uma luta de todos. Segundo Elis, mesmo com pouco recurso, a Secretaria trabalha para que não haja mais nenhuma vítima.
Dentre os encaminhamentos estão a implementação do circuito de paz no currículo escolar, a destinação de emendas para a secretária da mulher e ao projeto chita e fuxico, o debate sobre os órfão do COVID e também medidas cabíveis ao caso do Carlos Alberto Bezerra, réu confesso no assassinato de Thays Machado com quem teve um relacionamento e do então namorado da advogada, Willian César.
Além da vereadora Maysa Leão, estiveram os vereadores Robinson Cireia (PT), Rogério Varanda (MDB) e Felipe Corrêa (Cidadania). Dr° Jamilson Haddad – juiz de Direito, Dr° Ana Graziela – juíza de Direito, Dr° Paulo Prado – procurador do MPMT, Dr° Thiago Afonso – promotor do MPMT, Drª Rosane Leite – defensora pública MT, Drª Tânia Matos – defensora pública MT, Dr° Jozirlethe Criveletto – delegada da Polícia Cívil, Elis Regina – subsecretária da Mulher de Cuiabá, Dra. Flávia Moretti – representante da ABMCJ (Associação brasileira das mulheres de Carreira Jurídica), compondo o dispositivo de honra.
Fonte: Câmara Municipal de Cuiabá