Pela 1ª vez, hospital realiza cirurgia robótica para tratamento de câncer ginecológico

Médicos realizaram a primeira cirurgia robótica ginecológica, para tratamento de câncer de endométrio, no Hospital São Mateus de Cuiabá. O procedimento foi conduzido pela cirurgiã-oncológica, Danielly Gobbi e pelo médico uro-oncologista, Jaime Comar Filho, acompanhados pela equipe auxiliar. A tecnologia de ponta é utilizada pela unidade de saúde desde junho deste ano.

De acordo com a diretora do Hospital São Mateus, Marilda Venzel, desde que foi adotada a inovação em saúde, há quatro meses, foram realizados 80 procedimentos cirúrgicos robóticos, de diversas especialidades.

“Em poucos meses foram realizadas muitas cirurgias com intervenção robótica. A grande vantagem do uso dessa nova metodologia é que ambos saem ganhando, o médico porque consegue realizar um procedimento mais preciso e menos traumático e o paciente porque tem uma recuperação menos dolorosa e mais rápida”, explica a gestora.

No hospital, a intervenção cirúrgica é executada com o auxílio do robô Da Vinci X, equipamento de 4ª geração, que permite a realização de cirurgias minimamente invasivas com maior exatidão.

Os movimentos do robô são comandados pelo cirurgião, por meio de um console que acessa uma plataforma com imagens em 3D de alta definição. O que confere ao médico maior amplitude e precisão nos movimentos de pinças, além de incisões menores.

Iniciada há cerca de 15 anos no Brasil, e regulamentada apenas em 2022 pelo Conselho Federal de Medicina, as cirurgias robóticas têm crescido consideravelmente nos últimos cinco anos. Entre 2018 e 2023, o número de procedimentos passou de 17 mil para 88 mil, no país.

Estatísticas

Setembro é o mês de combate ao câncer ginecológico e para sensibilizar a população sobre o tema, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), entidade sem fins lucrativos, promove em todo o país, a campanha Setembro em Flor, iniciativa que tem como principal objetivo a conscientização sobre a prevenção e tratamento do câncer ginecológico.

Conforme a cirurgiã oncológica, Danielly Gobbi, o câncer de endométrio é bastante comum em países de alta renda e vem aumentando a incidência em países como o Brasil.

“Apesar do crescimento registrado nos últimos anos deste tipo específico de câncer, é de suma importância o acompanhamento ginecológico para o rastreio da doença e o diagnóstico precoce para um tratamento mais eficaz, caso seja detectado qualquer tipo de tumor ginecológico”, destaca a médica.

Vale lembrar que os tumores ginecológicos são os tipos mais comuns de câncer detectados nas mulheres. Dentre eles se destacam câncer de colo de útero, ovários, útero/endométrio e vulva. Porém, o câncer de mama é a neoplasia mais incidente entre as brasileiras.

No Brasil, estão previstos 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desse total, mais de 32 mil novos casos serão de tumores ginecológicos, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.

O Inca estima ainda que mais de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero sejam confirmados entre 2023 e 2025, uma taxa de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres do país.

Esse percentual varia conforme a região em que a mulher vive. No Centro Oeste, a taxa de incidência de câncer de colo de útero é 12,35 para cada 100 mil. A terceira maior do país, atrás apenas das regiões Norte com 26,24/ 100 mil e Nordeste com 16,10/ 100 mil.

A doença causa a morte de 19 mulheres ao dia no Brasil.

Fonte: MIDIAJUR

 

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