Os alunos do ensino médio da Escola Estadual Rafael Rueda, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, realizaram um ato contra os crimes de feminicídio nesta terça-feira (2). Empunhando cartazes com palavras de ordem, os estudantes engrossaram o coro contra a violência de gênero.
“Somos o grito das que não estão mais aqui”, traz os dizeres de um dos cartazes com a foto de Emilly Bispo, assassinada a facadas pelo ex-companheiro na frente do filho de 4 anos, no bairro, em 2023. “A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida e a liberdade do ser humano. Disque 180”, diz outro.
A manifestação teve como pano de fundo o conteúdo didático ministrado no mês de março pelas professoras de Sociologia, Lívia Cairus, e de Filosofia, Giselma Lemes, e o feminicídio brutal de Emilly Bispo. O crime ocorreu no bairro Pedra 90, em março do ano passado, e completou um ano no último dia 16.
Além do assassinato de Emilly, Mato Grosso registrou outros 45 feminicídios em 2023 e amarga no primeiro lugar no ranking nacional como o estado que mais mata mulheres.
Diante do cenário violento no Estado e de relatos de violência doméstica na família dos alunos, as professoras idealizaram o projeto ‘Marco Contra a Violência Doméstica”, que conscientiza os estudantes sobre a Lei Maria da Penha e contaram a história de mulheres inspiradoras durante as aulas das disciplinas.
A professora Lívia Cairus, uma das idealizadoras, afirmou que a experiência foi recompensadora.
“Ver os alunos empenhados na atividade foi gratificante, principalmente vendo que a educação ultrapassou os muros da sala de aula, já que o ato foi inteiramente protagonizado pelos alunos”, disse à reportagem.
Fonte: NHT – Hipernotícias