Mato Grosso registra 43 feminicídios em apenas 11 meses

Crimes brutais contra mulheres marcaram o ano de 2023. Segundo dados registrados pela Secretária de Segurança Pública (Sesp), de janeiro a novembro foram 43 feminicídios, um crime a mais do que foi registrado em 2022. A maioria dessas vítimas foram mortas pelo ex-companheiros que não aceitavam o término.

Em conversa com o GD, a delegada Anna Paula Marien explicou que o feminicídio é uma consequência de um problema cultural, onde o machismo predomina e o agressor considera que está agindo pela razão e direito.

“A violência contra a mulher está em todas as camadas da sociedade, eu penso que é um problema cultural, percebemos isso quando perguntamos o motivo do crime aos assassinos. Eles trazem respostas esdrúxulas como ‘ela não me deixava em paz’, ‘eu vi uma foto dela com outro homem na minha cama’, ‘sem mim, ela não vive’. Essas respostas demonstram que o machismo ainda é forte, que é preciso uma mudança cultural e de educação também”, pontuou.

O perfil dos agressores é variado e muitos não demonstram arrependimento, pensam estar agindo acobertados por um direito seu, e alguns são até reincidentes, eles se consideram proprietários dessas vítimas e caso forem contrariados agem com tamanha crueldade.

Relembre os casos que chocaram a sociedade em 2023: 

Thays Machado

Na segunda semana de janeiro, a advogada Thays Machado foi morta pelo ex-namorado Carlinhos Bezerra, com quem teve uma relação conturbada marcada por ciúmes e controle. A vítima estava na companhia do atual namorado quando ambos foram atingidos por vários tiros em frente do apartamento em que ela morava, em Cuiabá.

Durante investigações sobre o crime, a Polícia Civil constatou o quanto Carlinhos Bezerra era possessivo e controlador. Na casa dele foi encontrado uma agenda com sumário anotado de quem curtia as fotos de Thays, lista telefônicas separadas por tópicos pelas cores rosa, azul e verde, além de 71 capturas de tela de localizações.

Maria de Almeida Gonçalves

Ainda em janeiro a idosa Maria de Almeida Gonçalves, 68, foi degolada e posteriormente queimada pelo ex-namorado José Carlos da Silva, 41.

Emily Bispo da Cruz Em março

Emily de 20 anos foi morta com 14 facadas pelo ex- namorado na frente do filho, em uma das ruas do bairro Pedra 90, em Cuiabá. Testemunhas confirmaram que ela já vinha sendo ameaçada dias antes da ação criminosa.

Cristiane Castrillon

Cristiane Castrillon, 48, morta brutalmente no primeiro encontro com o ex-policial militar Almir Monteiro. Ele foi preso no mesmo dia em que cometeu o crime. Ele estuprou, bateu e asfixiou a mulher porque ela recusou a realizar determinada prática sexual. Frio, após cometer o crime ele abandonou o corpo da vítima dentro do carro dela no estacionamento do Parque das Águas.

Fonte: Gazeta Digital

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