Questão indígena e de moradores da floresta ganha destaque na COP 28

Integrante da delegação brasileira na COP 28, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) disse nesta terça-feira (5) que a floresta e quem vive nela precisam ser valorizados. O estado do Acre, que Petecão representa no Congresso Nacional, faz parte da Amazônia Legal e detém 85% da floresta tropical nativa de seu território presevada.

— Eu participei de alguns debates e falamos sobre a venda de carbono para outros países. É uma forma de a Amazônia trazer benefícios para aquele povo. Preservar a Amazônia é de fundamental importância, mas pra mim, que moro no Acre, moro na Amazônia, o importante é que possamos dar qualidade de vida melhor para quem mora na floresta — afirmou o senador.

A fala do senador coincide com o dia em que a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, assume a chefia da delegação brasileira na COP 28. É a primeira vez que a atuação do país na Conferência do Clima da ONU tem a liderança de uma representante indígena.

O Brasil compareceu a esta edição da COP com a maior delegação indígena da história da conferência: são mais de 300 representantes dos povos originários presentes. Guajajara assumiu a função após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar Dubai. Lula partiu para uma visita ao chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em Berlim.

— É assim que nós vamos avançar: ocupando espaços, discutindo estratégias, articulando. Para a gente não ter só presença, mas também propor — disse a ministra.

A delegação brasileira tem defendido, na COP, a importância dos povos indígenas para ajudar a limitar o aquecimento global a 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais. A ministra lembrou que são os indígenas os primeiros que sofrem as consequências desse aquecimento.

Resultados

Parte da comitiva de senadores permanece na COP 28, discutindo temas como transição energética, produção de biocombustíveis, investimentos em hidrogênio verde e mercado de carbono. As negociações em torno de financiamentos internacionais e acordos entre os países continuam. A expectativa é que resultados mais efetivos saiam apenas no final da conferência, marcado para o dia 12 de dezembro.

O secretário de Clima e Meio Ambiente do Itamaraty, André Corrêa do Lago, explicou que o vaivém das conversas pode parecer infrutífero, mas deve levar a conclusões.

— São muitas negociações, muitos grupos e a dinâmica é pouco frustrante pra quem está assistindo, mas está avançando. Não teve evoluções notáveis porque, na medida em que as coisas avançam, deixa-se tudo para o final para fazer um equilíbrio: uns ganham em algumas coisas, outros ganham em outras.

Fonte: Agência Senado

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