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Rebeca Andrade é prata e Flávia Saraiva leva bronze no solo do Mundial

Rebeca Andrade é prata e Flávia Saraiva leva bronze no solo do Mundial

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Rebeca Andrade escreveu mais um capítulo da história da ginástica artística do Brasil neste domingo. A ginasta de 24 anos abriu o último dia de competições do Mundial da Antuérpia com um bronze na trave, único pódio que lhe faltava no currículo. No solo, embalada por hits de Beyoncé e Anitta, puxou uma dobradinha nos degraus mais baixos do pódio com Flávia Saraiva, bronze em uma série com ritmos brasileiros. Nas duas provas, a americana Simone Biles ficou no topo, somando 23 ouros em Mundiais.

O Brasil encerrou a participação no Mundial da Antuérpia com um recorde: foram seis medalhas – um ouro (salto de Rebeca), três pratas (individual geral e solo de Rebeca, além de por equipes) e dois bronze (trave de Rebeca e solo de Flavinha). É também a primeira vez que duas brasileiras dividem um pódio de um Mundial.

– Foi o pódio mais especial. Há uns dias me fizeram a pergunta de com que ginasta eu queria dividir um pódio. A primeira e única pessoa que passou pela minha cabeça foi ela (Flávia). É minha companheira, sempre torci muito por ela. É um prazer dividir treino e esse pódio com ela – disse Rebeca.

– É uma medalha muito importante para mim e para toda a equipe. É um sonho que está sendo realizado. Depois de tudo o que aconteceu comigo, cirurgia (no tornozelo), poder estar de voltar e ganhar a medalha é indescritível, é dever cumprido, mesmo com dor e com toda batalha. É muito bom estar aqui – disse Flavinha.

Rebeca Andrade tirou 14,500 pontos em uma série quase cravada. Flavinha também teve um notão: 13,966. As brasileiras só não superaram Simone Biles. A ginasta mais condecorada da história da ginástica artística tirou 14,633 pontos para fechar com mais um ouro o Mundial. Na Antuérpia, a americana de 26 anos conquistou quatro ouros e uma prata. Na história, agora soma 30 medalhas em Mundiais (23 ouros, quatro pratas e três bronzes) e sete em Olimpíadas (quatro ouros, uma prata e dois bronzes).

A final do solo

Na final do solo, Flávia Saraiva foi a segunda no aparelho e trouxe o Brasil na sua música. A ginasta de 24 anos colocou toda a sua energia, com acrobacias com execução limpa e aterrissagens cravadas, com apenas um desequilíbrio na chegada da terceira passada. A excelente apresentação se refletiu na nota: 13,966 pontos. Deixou pra trás a queda na final do individual geral. Flavinha chegou a liderar a prova, mas terminou com o bronze.

Simone Biles assumiu a liderança com 14,633 pontos, nota igual a da classificatória, quando foi líder e garantiu o hexa mundial no solo. A americana deu um passo grande para fora do tablado na primeira acrobacia que homologou, o Biles I, mas nada que ameaçasse seu domínio da prova.

Rebeca Andrade, embalada por Beyoncé e Anitta, apresentou um solo quase cravado. Só sobrou energia nas duas últimas acrobacias, mas a brasileira segurou bem para conseguir um notão e ficar na segunda posição, com 14,500 pontos. Foi muito ovacionada pelos fãs na arquibancada, com muitos brasileiros presentes.

Recordes de Rebeca e do Brasil

São vários recordes quebrados pelo Brasil na edição de 2023 do Mundial de Ginástica. O primeiro foi em número de medalhas em uma mesma edição (seis), superando a marca de três conquistas em Liverpool, em 2022. Os cinco pódios de Rebeca a colocam no seleto grupo de ginastas mundiais que ao longo da carreira conquistaram medalha em todos as provas – foi a 11ª ginasta a conseguir o feito, se equiparando a lendas como as soviéticas Larisa Latynina e Olga Korbut, as russas Svetlana Khorkina e Aliya Mustafina e a americana Simone Biles.

Dentro do grupo de atletas brasileiros mais medalhados da história numa mesma edição de Mundial, Rebeca igualou o número de medalhas que César Cielo no Mundial de piscina curta, em 2014, no Catar. Ana Marcela Cunha segue sendo o maior nome feminino em número total de medalhas, com 16 conquistas em campeonatos mundiais de águas abertas. São sete de ouro, duas de prata e sete de bronze em oito edições de 2010 para cá.

Desempenho do Brasil na Antuérpia

O primeiro feito histórico do Brasil na Antuérpia foi a prata inédita por equipes femininas, atrás apenas dos Estados Unidos. O grupo formado por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e a reserva Carolyne Pedro garantiu 165,530 pontos nos quatro aparelhos. A França ficou com o bronze. As brasileiras já haviam conquistado a vaga olímpica para Paris 2024 nas classificatórias.

Por décadas, uma medalha por equipes em um Mundial era vista com um sonho distante, algo que só estava ao alcance de potências como Estados Unidos, Rússia, China e Romênia. Guiadas por Rebeca e Flavinha, as brasileiras mostraram já no ano passado que chegaram a um novo patamar, o de equipes medalhistas. Por menos de um ponto, o bronze escapou no Mundial de Liverpool. Na Bélgica, com o reforço de Jade, a medalha inédita veio.

Na final do individual geral, na última sexta-feira, Rebeca Andrade chegou com o título de campeã mundial de 2022 e uma das favoritas ao pódio. Com a presença de Simone Biles, o ouro ficou mais difícil de ser conquistado, mas não impediu a brasileira de 24 anos mostrar seu brilho e arrasar nos quatro aparelhos.

Pela primeira vez as duas estrelas da ginástica artística dividiram um pódio em uma prova individual. A americana retomou o posto de número 1 do mundo e conquistou o hexa do individual geral. A americana Shilese Jones completou o primeiro pódio 100% de mulheres pretas da prova mais nobre de um Mundial. Flávia Saraiva acabou na 15ª posição depois de ter sofrido duas quedas.

No masculino, Diogo Soares conseguiu ficar entre os dez melhores do mundo e garantiu vaga no individual geral nas Olimpíadas de Paris. Apesar de não conseguir a vaga por equipes, o grupo formado por Arthur Nory, Diogo Soares, Patrick Sampaio, Bernardo Miranda e Yuri Guimarães terminou na 13ª classificação e garantiu mais uma vaga no individual (não nominal) para o país.

Rebeca ainda tinha três finais por aparelhos para aumentar ainda mais o número de conquistas e conseguiu em todos eles. No sábado, o ouro veio justamente no salto, aparelho no qual é a atual campeã olímpica e se tornou bicampeã mundial.

A brasileira executou os dois saltos quase cravados, teve média 14,750 pontos. Maior medalhista de mundiais da história, Biles repetiu o elemento de maior pontuação na ginástica homologado no Mundial da Antuérpia, o BIles II, mas desta vez não conseguiu completar o movimento, caiu e terminou com a prata, com somatório de 14,549 pontos. O bronze ficou com a sul-coreana Yeo Seojeong, com 14,416 pontos.

Para se consagrar de vez no Mundial da Antuérpia, o Brasil tinha quatro oportunidades de medalha no domingo, com Rebeca na trave e no solo, Flávia Saraiva no solo, e Arthur Nory na barra fixa. Embaladas com o bom desempenho da equipe ao longo do mundial, não foi surpresa ver as meninas com uma apresentação em alto nível que as coroou nos dois aparelhos. Rebeca conquistou medalha no aparelho que faltava em sua carreira, a trave (bronze), e fez a dobradinha brasileira no solo, com a prata, e Flávia Saraiva com bronze.

No último aparelho do mundial, a barra fixa, Arthur Nory disputava com o croata Tin Srbic uma vaga olímpica – os outros finalistas já estavam classificados. Campeão mundial de 2019, o brasileiro foi o primeiro ginasta na briga pelo título e aumentou a dificuldade da sua série. O risco necessário para ir a Paris acabou em uma queda. O ginasta tirou 13,533 pontos e ficou em sexto no resultado final, enquanto o croata, com uma série cravada, tirou 14,700 e foi prata, atrás apenas do campeão olímpico, o japonês Daiki Hashimoto, com 15,233.

Fonte: Globo.com

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