Com mandato cassado pela segunda vez em pouco mais de 6 meses, a vereadora pelo município de Chapada dos Guimarães Fabiana Nascimento de Souza (PSDB) afirma que o município “tem coronel” e acredita que existe perseguição política e de gênero contra ela, articulada pelo ex-secretário de governo da prefeitura, Gilberto Mello, com a Câmara Municipal.
“Eu vejo que é uma perseguição política. Estão usando o poder que a Câmara tem hoje, que o legislativo tem hoje, para fazer minha cassação e me tirar de circulação, até porque o denunciante é o ex-secretário de governo da gestão Osmar Froner”, disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia da TV Vila Real (canal 10) na quinta-feira (31).
Membro da oposição, Fabiana apontou que existe intenção de outros parlamentares em tirá-la da “concorrência” no jogo político tanto pela possibilidade de sua reeleição à Câmara Municipal, ocupando uma cadeira de vereadora, quanto a uma possível pré-candidatura à prefeitura. Embora um nome ainda não esteja definido pelo grupo que reúne os partidos de oposição na cidade, existem conversas sobre o tema.
Em relação ao caso em que registrou boletim de ocorrência contra Mello, Fabiana afirma que ele teria dito que ela usou de seus “apetrechos femininos” para adiar a votação de cassação do seu mandato, o que acredita ser também perseguição de gênero e revelou que esteve na delegacia na quarta-feira (29) para acompanhar o andamento das investigações sobre o caso.
“É uma perseguição política de gênero. Pedi para o partido procurar um apoio maior da delegacia da mulher, que já vem me dando apoio, porque não tem como frear, está nítido. Vou entrar com recurso que é o meio judicial e eu acredito na justiça”, reiterou.
“Chapada tem coronel e hoje não é segredo, todo mundo sabe como funciona, que temos dois prefeitos dentro de Chapada e eu estou sofrendo uma perseguição política e todo mundo sabe inclusive a fala do ex-secretário no WhatsApp fazendo essa fala constrangedora a mim e minhas advogadas do meu processo também”, afirmou.
O caso
Em 21 de dezembro de 2023 a Câmara de Vereadores de Chapada dos Guimarães cassou por 9 votos a 2 o mandato da de Fabiana. O processo foi aberto por uma suposta atuação da vereadora, que é advogada, em processo contra a prefeitura – conduta vedada pela lei orgânica do município e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O Ministério Público do Estado e o conselho de ética da OAB-MT descartaram a ilegalidade. A vereadora afirma que sua cassação foi política, após denunciar os gastos exorbitantes de R$ 6 milhões com o Festival de Inverno deste ano, tendo recursos de emendas parlamentares e do governo estadual.
Já referente a segunda cassação Fabiana pretende recorrer novamente da decisão tomada nesta quarta-feira (29), onde a Câmara votou por 9 votos a favor e 2 contrários a perda de seu mandato.
Fonte: Gazeta Digital